Luciano Pavarotti, uma história de trabalho e dedicação à música clássica

Pavarotti incorporou perfeitamente o mito do artista que nasceu em uma família humilde e, graças ao seu talento e também sorte, consegue chegar ao topo. Filho de um padeiro apaixonado por ópera, viveu toda a sua infância rodeado de mulheres, devido ao período de guerra que afastava os homens de seus lares.

Antes de sua estreia,no papel de Rodolfo em ‘La Bohème’, aos 25 anos, ele trabalhou como padeiro, vendedor de seguros e, por mais estranho que pareça, como professor de ginástica. O tenor era um homem alto, forte e gostava muito de futebol.

Infância e formação musical

Luciano Pavarotti foi sem dúvida um dos cantores mais carismáticos e amados de todos os tempos. Mesmo após sua morte, seu talento e músicas ainda são lembrados com grande emoção por milhões de pessoas, porque quando ele subia ao palco, a magia de sua voz envolvia as pessoas. Luciano Pavarotti nasceu em 12 de outubro de 1935 em Modena, na Itália. Ele era o único filho homem e sua arte foi influenciada por um dos hobbies favoritos do seu pai, cantar e escutar música, principalmente ópera.

Foi o seu pai quem incutiu nele o amor pela música, reconhecendo seu talento desde tenra idade. O cantor teve uma infância difícil porque sua família não tinha muitos recursos financeiros. Sua família, de quatro pessoas, possuía uma casa com apenas dois quartos. A princípio, ele rejeitou a ideia de ser um tenor profissional devido a tensão que lhe dava subir ao palco. Mais tarde, ele começou a estudar na Scuola Magistrale, onde mostrou um grande amor pelo futebol. Depois de se formar seguiu a carreira de professor, convencido por sua mãe a finalmente se rendeu à sua verdadeira vocação, a música.

Primeiros anos

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Seu começo na música não foi fácil, ele cantou em um coral e até mesmo venceu um concurso local, mas os anos estavam passando e ele não conseguia se destacar, apesar de receber boas críticas na Europa e estrear em alguns proeminentes coliseus líricos. Nada disso parecia servir mais do que ser um bom cantor, mais um entre as dezenas existentes pelo mundo.

Em um momento em que um álbum de sucesso era essencial para um artista lírico, Pavarotti ainda não havia atraído a atenção que o seu álbum merecia. A sorte veio vestida como uma grande dama da ópera: Joan Sutherland descobriu seu talento e foi cativada por sua simpatia e também pela sua estatura, já que estava cansada de cantar com tenores mais baixos do que ela. Foi a soprano australiana que pressionou sua gravadora que dessem a ele uma oportunidade.

A consolidação da sua carreira musical

De fato, eles deram a ele, ainda que modesto, um único álbum, mas vendas foram mínimas. O seu assessor de imprensa já não sabia o que fazer para obter publicidade e, aproveitando o fato de Pavarotti estar em Nova York para cantar ‘La fille du régiment’ no Metropolitan, convidou um grupo de jornalistas para um dos ensaios. O que eles viram foi a transformação da história da Ópera diante de seus olhos, o tenor cantava sem grande esforço aparente agudos impressionantes. No dia seguinte, Pavarotti estava na primeira página do ‘The New York Times’, a lenda começou, a partir daí.

Pavarotti foi sinônimo de sucesso esmagador. Apenas cinco anos depois, depois de aparecer no programa de TV de Johnny Carson, recebeu 200.000 cartas de fãs. Teve oito álbuns simultâneos na lista da Billboard, ficando entre os 40 mais bem-sucedidos. No seu concerto no Hyde Park, 150.000 pessoas enfrentaram horas debaixo de uma chuva intensa, somente para apreciar a sua música. Durante toda a sua vida, vendeu mais de cem milhões de discos, conseguindo acumular uma grande fortuna, avaliada em aproximadamente 150 milhões de euros no ano de 1996, quando ocorreu seu divórcio. Muito popular, aparecia sempre na companhia de celebridades de todos os meios, incluindo políticos e figuras aristocráticas, de Lady Di ao Dalai Lama.

O grande aplauso a Pavarotti

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Em 1988, o tenor italiano Luciano Pavarotti foi aplaudido com um dos mais longos aplausos da história, um total de 67 minutos acompanhado por 165 subidas e descidas de cortinas, ele estava na Ópera de Berlim, interpretando o personagem Nemorino em O Elixir do Amor pelo compositor do romantismo, Gaetano Donizetti.

O final de Luciano Pavarotti

No início de 2006, ele manifestou problemas de saúde, razão pela qual teve que cancelar o El tour del adiós, a última turnê que daria aos seus seguidores. Isto ocorreu por causa de um tumor maligno que foi detectado no pâncreas. Após uma cirurgia para removê-lo, sua saúde piorou devido a um quadro de pneumonia, forçando-o a permanecer em repouso absoluto. Em 6 de setembro de 2007, depois de algumas complicações em seu quadro clínico, ele faleceu.